8.11.2011

O Fim. O Adeus. O Recomeço.


É difícil. É doloroso. É penoso. Mas é libertador. É necessário para que possamos evoluir. Insistir em algo que não traz felicidade e paz, por puro medo de perder, é infantil e egoísta. Pessoas entram e saem de nossas vidas. Empregos vêm e vão. Não há tormenta em todas as noites... Assim como não há sol em todas as manhãs. Temos uma dificuldade enorme em dizer adeus porque nos apegamos a pesssoas e lugares que, um dia, nos fizeram muito felizes. A lembrança é mais forte que a realidade. Acreditamos que continuar com certa pessoa ou em certo lugar é a melhor maneira para garantir a volta daqueles dias tão felizes de outrora; pura ilusão. Ao acreditarmos nisso, estaremos apenas adiando novos dias felizes, nos braços de outra pessoa e/ou no alvorecer de outro lugar. Além disso, mantemos uma situação “falida”, sem retornos e alegrias. O medo da mudança nos deixa estagnados. Sempre preguei que “nada muda se a gente não se move; nada se move se a gente não muda”. Dizer adeus é admitir que um ciclo acabou e dar chance a um novo recomeço. Isso envolve dor, sofrimentos e lágrimas, mas somente no momento de transição. Continuar vivendo uma ilusão é “tapar o sol com a peneira”, o que causará graves queimaduras e sofrimentos a longo prazo.

Há um provérbio budista que diz: “Nascemos para morrer, conhecemos pessoas para as deixar e ganhamos coisas para as perder”. Também acredito que nascemos para viver, conhecemos pessoas para amá-las e ganhamos certas coisas por merecimento. Mas é fato que um dia morreremos, perderemos, abandonaremos ou seremos abandonados... Aí entra a filosofia budista do desapego. O tempo não para, as pessoas mudam e o futuro é incerto. Viver o presente e estar consciente do que se vive é importante para reconhecermos os atrasos, carências e limitações atuais. Viver do passado é acreditar que momentos congelados na memória voltarão; é não se permitir ao novo; é ter medo de si mesmo, pois, muitas vezes, a jornada à frente exige a necessidade de recomeçarmos completamente sozinhos.  Se evitarmos que isso aconteça deixaremos de viver os melhores anos de nossas vidas, que nos levarão ao autoconhecimento, ao amor próprio e que nos ensinarão a importância de se dizer Adeus.  Se não aprendermos a dizer a Adeus, teremos uma vida estagnada, apática, movida pelo medo e pela angústia de não conseguir retomar o que está lá atrás.

O novo é libertador; não há sentido em termos medo dele. Obstáculos? Sim, certamente haverá; mas não há obstáculo maior do que ser sincero para consigo mesmo adimitindo que a situação presente é deplorável e está sugando sua energia vital. O comodismo é um inimigo traiçoeiro: muitas vezes não nos damos conta de que estamos numa relação ou num emprego por puro comodismo e medo. Quando um ciclo se completa e temos que dizer adeus, não é porque não deu certo... Deu certo sim, enquanto durou. Aceite o Adeus. Aprenda a dizer adeus e a deixar novas energias e pessoas entrarem em sua vida.  Quando nos apegamos a algo ou a alguém é porque não estamos muito seguros de nós mesmos e na nossa capacidade de fazer as coisas acontecerem. Amor próprio é a chave para se dar um basta naquilo que te causa aflição. Desapego ao passado é a porta que devemos abrir para nos libertarmos de toda essa energia densa que emperra nossa vida, maltrata o coração e traz suplícios à alma.  O Adeus traz lágrimas, sim, mas é melhor murchar de uma vez de tanta lágrima do que sangrar o coração, silenciosamente, todos os dias... Então, não será a hora, o agora? Chore tudo o que tiver que chorar, lave a alma e... recomece.




Jackie C.

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