5.11.2011

O rumo da vida

Tudo parece perdido,
Mas a criatura mais perdida aqui sou eu.
Tenho o direito de me perder.
Me perco em devaneios e doces ilusões
Que alimentam minha alma.
“Vc tem que dar um rumo a sua vida”
Um sábio me disse uma vez.
Mas minha vida já faz parte do rumo deste destino doido,
Que constantemente me leva pra cima e pra baixo
– Sem aviso.
Subo e desço na roda gigante dessa “vida sem rumo” .
Tonteio às vezes, atropeço, cambaleio,
Mas continuo em pé.
Até que decidi procurar o “rumo da vida”.
Vi que eu estava sofrendo mais e perdendo muito tempo “procurando”.
Virei ao sábio e disse: “desisto do rumo, quero a vida, escolho viver.
E se por acaso eu encontrar o rumo, volto e digo como foi.”
“Então esperarei, pois estou curioso em saber o que é o ‘rumo da vida’ que vcs tanto falam...
Pois eu também não sei”, respondeu o sábio.
Repliquei: “Como não? vc é um sábio! Tem que ter todas as respostas!!!”
“Na verdade, tenho todas as perguntas; e não sou sábio porque tenho todas as respostas, sou sábio porque tenho somente as respostas que fazem sentido...”
“Então o rumo da vida não faz sentido?”, meio tonto, perguntei.
“A vida em si é que faz sentido”
Ainda tonto e confuso, virei-me e segui meu rumo.


J.C.

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