"O Manifesto"

As pessoas falam mais do que escutam. Falam tanto que se perdem. Impõem opiniões e filosofias dementes, achando-se donas da verdade absoluta. Esquecem que a verdade absoluta não existe. Não olham para cima. Um teto de vidro sobre elas... “Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra”. Ignorantes dentro do próprio conhecimento. Estudaram, leram, discutiram entre grandes homens questões da vida, do mundo. Buscam fora de si uma sabedoria, uma verdade, não para o bem de todos, mas para vangloriar-se. Egoístas, prepotentes, ignorantes. Não respeitam o ponto de vista alheio. Julgam-se donos da verdade. De que vale todo o conhecimento do mundo se não conhecemos a nós mesmos?Buscamos uma posição, status pelo julgo alheio. Queremos ser amados impondo uma aparência e sabedorias efêmeras. Poucos compartilham o que sabem e aprenderam. A maioria quer impor o que sabe por ser mais velho, mais estudado, mais “sábio”. Uma criança pode ensinar muito mais. Pode ensinar o que levamos uma vida para aprender. Mas não queremos aprender por bondade e crescimento interior, e sim, para nos sentirmos superiores aos outros. Poucos compartilham conhecimento; quase todos querem impor, porque se acham no direito, direito este adquirido com diplomas, méritos e medalhas.

No entanto, aprendi muito mais com quem aparentemente tem pouco a oferecer.

Escute mais. Fale menos. Observe antes de falar. Se ao tentar defender seu ponto de vista e alguém não respeitar, retire-se. Discutir: perda de tempo. Cada um aprendeu aquilo que lhe convém. Devemos respeitar, mesmo que não aceitemos. A falta de humildade entre os homens virou epidemia...
Humildade, bondade, amor, aonde ?– nem se fala. Humildade para ouvir e tentar entender, cadê?. Amor, para respeitar o próximo – “será”?. Guerras, conflitos, brigas de trânsito resultando em morte: por pura falta de diálogo e entendimento. Queremos impor opiniões e poder por meio da força. Como dizia o grande Drummond: “A liberdade é defendida com discursos e atacada com metralhadoras”. Liberte-se de preconceitos. Você é livre e o seu próximo também. Todos têm algo a compartilhar. Respeite, ame, busque a humildade para, quem sabe, encontrar aquilo que quase ninguém é capaz: “felicidade”.