"...Somos vulneráveis e literalmente pequenos nesse mundinho... Nos contentamos com coisas absurdas, como uma calça jeans de marca ou um carro zero... Corremos atrás do progresso material e regredimos como seres humanos, providos de alma e com uma razão nessa vida que vai além de procriar, ter uma carreira e ganhar dinheiro... Deixamos de lado coisas importantes e priorizamos banalidades. Colocamos paixões doentias e bens materiais em primeiro lugar e esquecemos de nós mesmos. Sofremos por não ter o que ou quem queremos. "Vivemos" para comprar, ter e usar; supostamente amamos e respeitamos. Não nos sacrificamos pelo próximo; quando somos bonzinhos para alguém é porque queremos algo em troca. Egoístas e interesseiros. Raramente – ou nunca – fazemos o bem por amor incondicional. Todo "favor" ou ajuda que prestamos a alguém, tem um preço. Nossas relacões envolvem interesse, e depois questionamos porque nao temos amigos verdadeiros... Aliás, olhamos os atos dos outros, julgamos e condenamos. Queremos amor e amigos, mas não nos comportamos como alguém que os mereça. Trabalhamos horas a finco pra comprar o celular, computador, "MP20" (etc...) de última geração. Trocamos livros por programas televisos medíocres; trocamos uma conversa olho a olho, pelo msn. Trocamos um amigo de carne, osso e verdadeiro por 500 supostos amigos do orkut. Buscamos popularidade exibindo diplomas e bens materiais. Nossas carreiras são escolhidas pensando na estabilidade material... E não nos damos conta que a coisa mais importante é nossa estabilidade emocional e psicológica, pois sem uma delas – ou sem as duas – não há saúde, e sem saúde não há como trabalhar dignamente...Mas escolhemos trabalhar sob pressão fazendo o que não gostamos e lentamente morremos. Morte silenciosa, a morte em vida... Sem fazermos aquilo que acreditamos, sem contribuir para o bem do próximo e para o nosso próprio bem, isso quando não trapaceamos... Mentimos, burlamos os códigos morais para ascender profissionalmente – e regredimos como seres humanos...
Sim, somos "seres evoluídos": fomos até a lua, descobrimos a energia elétrica e temos "high techs"; não encontramos a cura da AIDS, a fome mundial persiste e isso não importa pois está distante de nossa porta. Crianças morrem a cada minuto de inanição, enquanto nos entupimos de fast foods pra preencher o vazio da alma. Consumimos e comemos mais do que precisamos. E os paradoxos continuam... Amamos e ajudamos menos do que deveríamos... E quando menciono "amor" aqui, não me refiro ao amor carnal e material que todos já sentiram ou sentirão, isso é fácil de sentir... e quanto ao amor incondicional que nos leva a ajudar sem querer nada em troca? Banalizamos a palavra amor assim como banalizamos pessoas: as "trocamos" por conveniência , como se estivéssemos trocando um carro usado. Tratamos pessoas como objetos. Tratamos objetos como divindades... E, ironicamente, não acreditamos em divindades. E os paradoxos continuam... Acreditamos no que o olho pode ver... Mas o triste de tudo isso, é que estamos longe, muito longe de enxergar...Podemos ver, mas nossa estupidez não nos permite enxergar...
– E os paradoxos continuam... tenho noção de tudo isso, mas minha estupidez também não me permite ir além... "
Jackie C.
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